Categoria: Audição

O que fazem as regiões cerebrais envolvidas na articulação da fala quando ouvimos

Autoria do texto: Lilian Kotujansky Forte

www.fonologica.com.br/quem_somos.html

O que fazem as regiões cerebrais envolvidas na articulação da fala quando ouvimos

    As regiões cerebrais envolvidas na articulação da fala também estão ativas na percepção da linguagem. Essa descoberta de uma equipe do BrainLinks-BrainTools da Universidade de Freiburg contribui de forma significativa para esclarecer uma questão que vem sendo debatida calorosamente há décadas. Os cientistas publicaram seus resultados na revista Scientific Reports .

A área cerebral responsável pela articulação é mostrada em rosa, e foi ativada em todos os sujeitos testados, tanto durante a produção como na percepção da linguagem.
Crédito: Translational Neurotechnology Lab (Freiburg)

     A comunicação oral espontânea é uma parte fundamental de nossa vida social. Mas o que está acontecendo no cérebro humano enquanto isso? A neurociência da linguagem tem se desenvolvido constantemente nas últimas décadas graças a estudos experimentais. No entanto, ainda pouco se sabe sobre como o cérebro ajuda a linguagem falada em condições espontâneas, não experimentais e cotidianas. A questão de saber se as regiões do cérebro responsáveis ​​pela articulação também são ativadas durante a percepção da linguagem dividiu os acadêmicos em dois campos. Alguns observaram essa ativação durante estudos experimentais e concluíram que ela reflete um mecanismo que é necessário para a percepção da linguagem. Outros não encontraram essa ativação em seus experimentos e deduziram que ela deve ser rara ou não exista realmente.

    No entanto, ambos os campos tinham as seguintes preocupações: a atividade cerebral em regiões relevantes para a articulação poderia ser afetada pelo tipo de experimento – no final, as condições experimentais diferem maciçamente daquelas da linguagem espontânea. Então, foi necessário realizar um estudo usando conversas naturais.

   Usando um modelo extraordinário, os pesquisadores de Freiburg conseguiram estudar a atividade neuronal durante essas conversas. Isso foi feito usando a atividade cerebral registrada para o diagnóstico durante conversas cotidianas de pacientes neurológicos, que os pacientes doaram para a pesquisa. Os cientistas demonstraram que as regiões do cérebro relevantes para a articulação exibem atividade de forma confiável durante a percepção da linguagem falada espontânea. O fato de essas regiões não terem sido ativadas quando os sujeitos do teste ouviram ruídos não-verbais sugere que essa atividade pode ser específica para a fala.

 

Referência e tradução:

University of Freiburg. “What articulation-relevant brain regions do when we listen.” ScienceDaily. ScienceDaily, 2 July 2018. <www.sciencedaily.com/releases/2018/07/180702120453.htm>

Atenção: Os documentos eletrônicos aqui publicados são propriedade intelectual de Lilian Kotujansky Forte e de Cecília Schapiro Bursztyn ou de outros contribuintes individuais para o site. Você pode se referir às informações e citações dos artigos deste site, desde que inclua as referências e o link que permitam ao leitor de seu artigo localizar a obra original aqui.

 

Categoria: Audição

O que você precisa saber sobre Terapia Fonoaudiológica

Autoria do texto: Lilian Kotujansky Forte
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     Assim como o Fonoaudiólogo auxilia pacientes com os mais diversos transtornos de Fala, trata também de outros tipos de dificuldades

     Se o seu filho tem dificuldade em ler e escrever, a terapia fonoaudiológica pode não parecer a resposta óbvia. Muitas pessoas pensam que a Fonoaudiologia se destina apenas às crianças que não conseguem pronunciar certos sons, que gaguejam ou que tem a “língua presa”.

     O Fonoaudiólogo realmente trabalha com estas questões. No entanto, ele também trata de muitos outros tipos de problemas, em áreas como: Linguagem Oral, Linguagem  Escrita e Audição.

     Como funciona a Terapia Fonoaudiológica

     Através de uma Avaliação, o Fonoaudiólogo diagnostica a dificuldade que o paciente apresenta e, assim, consegue determinar qual o tratamento mais adequado para o caso.

     O Fonoaudiólogo é qualificado para tratar as seguintes dificuldades:

  • Fala: Não falar claramente e/ou não conseguir articular alguns sons da fala.
  • Fluência: Dificuldades com a fluência na fala (interrupções e bloqueios), como a gagueira.
  • Voz: Alterações na qualidade da voz (timbre, intensidade, qualidade).
  • Funções Orofaciais: Dificuldades na mastigação, na deglutição, na respiração e na motricidade orofacial.
  • Linguagem Oral: Atrasos no desenvolvimento e dificuldades em compreender e/ou em se expressar oralmente.
  • Linguagem Escrita: Alterações na expressão e/ou na recepção da Linguagem Escrita (Dislexia e Dificuldades Escolares em leitura e/ou escrita).
  • Audição: Alterações do Processamento Auditivo e Deficiência Auditiva.

     Benefícios da Terapia Fonoaudiológica

     A terapia Fonoaudiológica pode ajudar as crianças a falarem mais claramente. Isto as faz se sentirem mais confiantes e menos frustradas ao conversarem com as outras pessoas. Crianças que apresentam dificuldades de linguagem podem se beneficiar socialmente, emocionalmente e academicamente da Terapia Fonoaudiológica.

     Para estudantes com problemas de leitura, como a Dislexia, a terapia fonoaudiológica pode ajudá-los a perceber e a discriminar os sons das palavras, por exemplo: a palavra bola pode ser isolada nos fonemas / b /, / o /, / l / e / a /. Esta habilidade pode ajudar a desenvolver a compreensão da leitura e encorajar o paciente a ter prazer em ler.

     A terapia Fonoaudiológica é especialmente benéfica quando iniciada precocemente. Um estudo verificou que 70% das crianças na Educação Infantil com dificuldades de fala que passaram por tratamento fonoaudiológico mostraram desenvolvimento em suas habilidades de Linguagem.

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Imagem: My Cute Graphics

Categoria: Audição

Compreensão de fala em sala de aula ruidosa

Autoria do texto: Lilian Kotujansky Forte

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Compreensão de fala em sala de aula ruidosa

 

A transmissão precisa da informação oral em sala de aula é um fator crítico para o êxito acadêmico tanto do aluno com audição normal, como para o aluno com dificuldades de audição (seja por perda auditiva como por alterações no processamento auditivo).

As variáveis acústicas que podem influenciar a percepção adequada da fala são principalmente o ruído, a reverberação e a distância.

Pode ser necessário um esforço considerável para compreender a fala em situações de comunicação adversas, em especial para o ouvinte com dificuldades auditivas.

 

Pesquisadores da Universidade de Manchester, na Inglaterra, pesquisaram o desempenho de crianças de 9 a 11 anos em duas tarefas auditivas, inicialmente isoladas e depois combinadas:

– percepção de fala (ouvir e recordar palavras monossílabas) com aumento gradual de ruído e

– recordar uma sequência de cinco dígitos.

Na tarefa combinada, após a apresentação dos dígitos, uma série de cinco palavras foi apresentada e a criança repetiu cada palavra assim como no teste isolado de percepção de fala. Após as cinco palavras, os participantes foram solicitados a repetir os dígitos apresentados.

 

Resultados:

Nas atividades isoladas, o desempenho no teste de percepção de fala foi piorando conforme o ruído aumentava, porém houve pouca interferência do ruído no teste de recordação da sequência de dígitos.

 

Quando as tarefas foram combinadas, o desempenho na tarefa de percepção de fala foi piorando conforme o ruído de fundo aumentava, como no teste isolado. O teste de recordação de dígitos, neste caso, também foi afetado pela interferência do ruído e o seu desempenho foi piorando conforme o ruído de fundo aumentava.

 

Conclusão:

Este estudo demonstrou que, embora as crianças conseguissem realizar os dois testes combinadamente, foi necessário um grande esforço conforme o ruído de fundo aumentava (o que se refletiu no baixo desempenho no segundo teste de recordação de dígitos).

O ruído de fundo utilizado nesta pesquisa foi comparável aos ambientes típicos de uma sala de aula.

 

Este estudo demonstra a interferência do nível de ruído em sala de aula no desempenho dos alunos e a importância de se pensar em ambientes escolares acusticamente favoráveis à aprendizagem.

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Referência:

Howard C., Plack C. e Munro K. Effect of background noise on listening effort in normal hearing 9-11 year olds” em http://www.soundfield.info/pdfs/posternovember-theone.pdf

Imagem:

http://office.microsoft.com/pt-pt/images/

 

Categoria: Audição

Estamos perdendo a nossa capacidade de ouvir

Autoria do texto: Lilian Kotujansky Forte

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Julian Treasure é um estudioso do som e aconselha empresas de diversos setores sobre a melhor forma de utilizá-lo.

Nesta palestra para o TED em julho de 2011, Treasure diz que estamos perdendo a nossa habilidade de ouvir.

“Usamos 60% de nosso tempo de comunicação ouvindo, mas não temos sido bons nisso. Retemos apenas 25% daquilo que ouvimos. Ouvir é dar um significado aos sons, é um processo mental e um processo de extração.” afirma Treasure.

E quem poderia discordar destas afirmações?

Nos dias atuais a falta de atenção dada ao mundo sonoro é grande e se tornou objeto de estudo de especialistas e educadores. É notório que hoje em dia o mundo privilegia enormemente o sentido da visão em detrimento da audição.

Sim, apesar de fundamental, ouvir está cada vez mais em segundo plano:
. Do ponto de vista sensorial – num mundo cada vez mais ruidoso, estamos gradualmente perdendo a nossa audição;
. Do ponto de vista do processamento auditivo central – dificuldades em reconhecer e interpretar as informações auditivas;
. Do ponto de vista cognitivo – dificuldades em atribuir significado lógico e emocional ao que ouvimos.

Treasure afirma “Ouvir conscientemente sempre leva à compreensão. Um mundo onde não ouvimos uns aos outros, pode ser um lugar muito assustador.”