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Distúrbios De Linguagem São Dificuldades De Aprendizagem

Autoria do texto: Lilian Kotujansky Forte

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Compartilho no blog Fonológica algumas questões do ótimo artigo “Language Disorders Are Learning Disabilities: challenges on the divergent and diverse paths to language learning disability” escrito em 2014 por Sun e Wallach.

O artigo trata da complexa natureza dos distúrbios de linguagem na primeira infância, a sua sobreposição e a sua continuidade com as dificuldades de aprendizagem na idade escolar e os diversos rótulos diagnósticos que podem acompanhar as crianças com dificuldades de linguagem e de aprendizagem. Os autores propõem que a maior parte dos distúrbios de aprendizagem são dificuldades de linguagem que mudaram ao longo do tempo.

O artigo cita como exemplo o caso de Tim, de 2,5 anos com atraso de linguagem. Tim tem dificuldades tanto na área de compreensão, como de expressão, além de questões de atenção. Ele recebeu o diagnóstico de Dificuldade específica de linguagem (DEL) e continuou a receber atendimento fonoaudiológico quando entrou na escola. No 2º ano, Tim já falava e compreendia a linguagem do dia a dia, mas apresentava dificuldades escolares, incluindo as habilidades em leitura e escrita e em expressar suas ideias oralmente e por escrito. A mãe de Tim questionou a possibilidade da criança apresentar um outro problema além da questão da linguagem.

Esta dúvida da mãe de Tim leva à clássica questão levantada há décadas por pesquisadores: “Estamos falando de um grupo de crianças que são chamadas por diferentes nomes, mas que na realidade evidenciam um continuum de dificuldades na aprendizagem da linguagem?” Esta foi a resposta dada à mãe de Tim – não há uma nova dificuldade, mas uma diferente manifestação da dificuldade de linguagem de Tim. As diferentes dificuldades vão surgindo à medida que Tim enfrenta novos desafios, já que as demandas de linguagem aumentam à medida que o grau de escolaridade avança.

Como o caso de Tim sugere, crianças e adolescentes com desafios na área de linguagem podem ser identificados com diferentes diagnósticos, em diferentes momentos da vida (da pré-escola ao ensino médio e à vida adulta).

O propósito do artigo é desvendar equívocos sobre os caminhos paralelos e divergentes que crianças com dificuldades de linguagem podem assumir através dos anos, às vezes mudando de diagnóstico conforme elas encontram novos desafios na linguagem oral e escrita.

Três argumentos são apresentados sobre a relação entre dificuldades de linguagem e distúrbios de aprendizagem:

1. Os rótulos diagnósticos podem mudar em diferentes contextos por diferentes profissionais – de dificuldades de linguagem para distúrbios de aprendizagem – quando as crianças entram na escola e começam a apresentar dificuldades acadêmicas. Mas, as suas necessidades linguísticas persistem, não importando como sejam chamadas. A maioria das crianças recém identificadas como tendo distúrbios de aprendizagem apresentam necessidades em linguagem e alfabetização pré-existentes que não foram identificadas e que devem ser tratadas.

2. Distúrbios de linguagem nos anos pré-escolares tendem a seguir a criança através do tempo, manifestando-se de forma diferente baseados nas habilidades inerentes ao indivíduo, nos contextos de aprendizagem da linguagem e nas tarefas de aprendizagem. Fonoaudiólogos devem estar cientes dos alicerces linguísticos que as tarefas de aprendizagem demandam e a natureza e período em que há uma “aparente recuperação”.

3. A linguagem está na base de todo o currículo escolar, envolvendo todas as matérias e não somente “Línguas”. A implicação disso é que as escolhas de intervenção devem ser baseadas nas dificuldades que os alunos apresentam no contexto curricular, independentemente de seus rótulos diagnósticos.

Atenção: Os documentos eletrônicos aqui publicados são propriedade intelectual de Lilian Kotujansky Forte e de Cecília Schapiro Bursztyn ou de outros contribuintes individuais para o site. Você pode se referir às informações e citações dos artigos deste site, desde que inclua as referências e o link que permitam ao leitor de seu artigo localizar a obra original aqui.

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O que você precisa saber sobre Terapia Fonoaudiológica

Autoria do texto: Lilian Kotujansky Forte
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     Assim como o Fonoaudiólogo auxilia pacientes com os mais diversos transtornos de Fala, trata também de outros tipos de dificuldades

     Se o seu filho tem dificuldade em ler e escrever, a terapia fonoaudiológica pode não parecer a resposta óbvia. Muitas pessoas pensam que a Fonoaudiologia se destina apenas às crianças que não conseguem pronunciar certos sons, que gaguejam ou que tem a “língua presa”.

     O Fonoaudiólogo realmente trabalha com estas questões. No entanto, ele também trata de muitos outros tipos de problemas, em áreas como: Linguagem Oral, Linguagem  Escrita e Audição.

     Como funciona a Terapia Fonoaudiológica

     Através de uma Avaliação, o Fonoaudiólogo diagnostica a dificuldade que o paciente apresenta e, assim, consegue determinar qual o tratamento mais adequado para o caso.

     O Fonoaudiólogo é qualificado para tratar as seguintes dificuldades:

  • Fala: Não falar claramente e/ou não conseguir articular alguns sons da fala.
  • Fluência: Dificuldades com a fluência na fala (interrupções e bloqueios), como a gagueira.
  • Voz: Alterações na qualidade da voz (timbre, intensidade, qualidade).
  • Funções Orofaciais: Dificuldades na mastigação, na deglutição, na respiração e na motricidade orofacial.
  • Linguagem Oral: Atrasos no desenvolvimento e dificuldades em compreender e/ou em se expressar oralmente.
  • Linguagem Escrita: Alterações na expressão e/ou na recepção da Linguagem Escrita (Dislexia e Dificuldades Escolares em leitura e/ou escrita).
  • Audição: Alterações do Processamento Auditivo e Deficiência Auditiva.

     Benefícios da Terapia Fonoaudiológica

     A terapia Fonoaudiológica pode ajudar as crianças a falarem mais claramente. Isto as faz se sentirem mais confiantes e menos frustradas ao conversarem com as outras pessoas. Crianças que apresentam dificuldades de linguagem podem se beneficiar socialmente, emocionalmente e academicamente da Terapia Fonoaudiológica.

     Para estudantes com problemas de leitura, como a Dislexia, a terapia fonoaudiológica pode ajudá-los a perceber e a discriminar os sons das palavras, por exemplo: a palavra bola pode ser isolada nos fonemas / b /, / o /, / l / e / a /. Esta habilidade pode ajudar a desenvolver a compreensão da leitura e encorajar o paciente a ter prazer em ler.

     A terapia Fonoaudiológica é especialmente benéfica quando iniciada precocemente. Um estudo verificou que 70% das crianças na Educação Infantil com dificuldades de fala que passaram por tratamento fonoaudiológico mostraram desenvolvimento em suas habilidades de Linguagem.

Atenção: Os documentos eletrônicos aqui publicados são propriedade intelectual de Lilian Kotujansky Forte e de Cecília Schapiro Bursztyn ou de outros contribuintes individuais para o site. Você pode se referir às informações e citações dos artigos deste site, desde que inclua as referências e o link que permitam ao leitor de seu artigo localizar a obra original aqui.

Imagem: My Cute Graphics

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Velocidade de leitura

Autoria do texto: Lilian Kotujansky Forte

Quem Somos

VELOCIDADE DE LEITURA

 

A velocidade de leitura é uma medida quantitativa relativa ao tempo despendido na leitura de um texto ou de uma lista de palavras. A taxa de leitura (número de palavras lidas por minuto – p.p.m.) pode ser representada pela seguinte fórmula:

 

Taxa = nº de palavras lidas X 60 segundos

                         tempo total de leitura

 

IMPORTÂNCIA DA FLUÊNCIA PARA O PROCESSAMENTO DA LEITURA

 

A fluência de leitura advém do desenvolvimento das representações fonológicas das palavras e da capacidade em processá-las rapidamente.
Crianças em início de escolaridade tendem a ler mais lentamente já que o processamento se dá pela rota fonológica (conversão grafema-fonema). Conforme a competência em leitura vai se desenvolvendo, a velocidade leitora aumenta progressivamente e ocorre o reconhecimento visual das palavras (rota lexical).
Pesquisas, como a de Fuchs, Fuchs & Hosp (2001), têm sugerido a existência de uma relação entre as habilidades de fluência e as de compreensão na leitura. Os pesquisadores argumentam que a fluência na leitura oral, por ser uma performance complexa e multifacetada, pode ser usada como uma forma confiável de caracterizar a perícia na leitura. A criança que lê com precisão e rapidez – fluência – é capaz de destinar a sua atenção para a compreensão do texto.

A fluência tem origem na aplicação automática de regras fônicas, bem como de um reconhecimento instantâneo de muitas palavras de visualização comuns. Os leitores que são capazes de atingir um grau de fluência gerenciam o texto mais suavemente e têm maior energia mental de sobra para criar significado das palavras que decodificam. Os leitores fluentes lidam com o texto de forma eficiente e, geralmente, alcançam mais significado com menor esforço que os leitores não fluentes. Os alunos que têm dificuldade de aprendizagem, muitas vezes, enfrentam maiores dificuldades em se tornarem fluentes, pois não fazem as generalizações sobre leitura e fonética que outros estudantes conseguem fazer por conta própria.

 

TERAPIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA

 

Pacientes com Dificuldades de Aprendizagem e de Leitura normalmente tem maior dificuldade em serem fluentes, pois não desenvolvem adequadamente as habilidades de generalizar e de automatizar a leitura.

No atendimento a estes pacientes, uma das ferramentas que utilizamos é a Internet, que pode ser muito útil para o desenvolvimento das habilidades de:

– fluência (que envolve as habilidades de velocidade, precisão e prosódia durante a leitura);

– compreensão em leitura.

 

APLICATIVO PARA O TREINO DA VELOCIDADE DE LEITURA

 

Para o planejamento de atividades de leitura oral, visando o trabalho com velocidade de leitura, utilizamos o site Spreeder.

O site Spreeder é um aplicativo para leitura rápida online gratuito, que pode ser usado para o treino de velocidade de leitura (oral ou silenciosa).

O Spreeder possui algumas configurações muito úteis, que tornam o treino mais versátil:

– aceita qualquer texto para ser trabalhado;

– ajustes na fonte: cor e tamanho das letras;

– ajuste de velocidade de palavras lidas por minuto;

– ajuste na quantidade de palavras apresentadas a cada vez para a leitura.

 

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 Site Spreeder

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Estudo de imagens do cérebro exclui diferenças na função visual como causa da dislexia

Autoria do texto: Lilian Kotujansky Forte

www.fonologica.com.br/quem_somos.html

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     Um novo estudo de imagens cerebrais de dislexia mostra que diferenças no sistema visual não causam o distúrbio, mas provavelmente são uma consequência. Os resultados, publicados na revista Neuron, fornecem importantes insights sobre a causa deste comum distúrbio de leitura e soluciona um debate de longa data sobre o papel dos sintomas visuais observados na dislexia de desenvolvimento.

     A dislexia é a mais prevalente de todas as dificuldades de aprendizagem, afetando cerca de 12 por cento da população dos EUA. Além dos déficits de leitura observados, os indivíduos com dislexia frequentemente também apresentam fragilidades sutis no processamento de estímulos visuais. Cientistas têm especulado se esses déficits representam a principal causa da dislexia, com a disfunção visual impactando diretamente a capacidade de aprender a ler. O presente estudo demonstra que não.

      “Nossos resultados não descartam a presença deste tipo específico de deficiência visual”, diz o autor Guinevere Eden, PhD, diretor do Centro para o Estudo da Aprendizagem no Centro Médico da Universidade de Georgetown (GUMC) e ex-presidente do Internacional de Dislexia Association. “Na verdade, os resultados obtidos confirmam que as diferenças existem no sistema visual em crianças com dislexia, mas essas diferenças são o resultado final da pouca prática da leitura, quando comparado com os leitores típicos, e não são a causa de suas dificuldades com a leitura”.

      O presente estudo segue um relatório publicado por Eden e colegas na revista Nature, em 1996, o primeiro estudo de dislexia a empregar Ressonância Magnética funcional (fMRI). Tal como nesse estudo, o novo estudo também mostra menos atividade em uma parte do sistema visual que processa a informação visual em movimento nos disléxicos, em comparação com os leitores típicos da mesma idade.

      Desta vez, porém, a equipe de pesquisa também estudou crianças mais novas, sem dislexia, que combinavam com o nível de leitura dos disléxicos. “Este grupo se parecia com os disléxicos em termos de atividade cerebral, oferecendo o primeiro indício de que a diferença observada nos disléxicos em relação a seus pares pode ter mais a ver com a habilidade de leitura que da dislexia por si só,” Eden explica.

      Em seguida, as crianças com dislexia receberam uma intervenção em leitura. Foi fornecida uma tutoria intensiva em habilidades fonológicas e ortográficas, enfocando o déficit central na dislexia, que é amplamente reconhecido como sendo uma fragilidade no componente fonológico da linguagem. Como esperado, as crianças tiveram ganhos significativos em leitura. Além disso, a atividade do sistema visual aumentou, sugerindo que tenham sido mobilizados pela leitura.

      Os pesquisadores apontam que essas descobertas podem ter implicações importantes para a prática. “A identificação precoce e o tratamento da dislexia não devem girar em torno desses déficits no processamento visual”, diz Olumide Olulade, PhD, principal autor do estudo e pós-doutorado da GUMC. “Embora nosso estudo tenha mostrado que há uma forte correlação entre a capacidade de leitura das pessoas e a atividade cerebral no sistema visual, isso não significa que um treinamento no sistema visual resultará em uma melhor leitura. Achamos que é o contrário. A leitura é uma habilidade culturalmente imposta e as pesquisas em neurociências tem mostrado que a sua aquisição resulta em uma série de alterações anatômicas e funcionais no cérebro.”

      Os pesquisadores acrescentam que a pesquisa pode ser aplicada de forma mais ampla a outros transtornos. “Nosso estudo tem implicações importantes para a compreensão da etiologia da dislexia, mas também é relevante para outras condições, onde causa e consequência são difíceis de separar, porque o cérebro muda em resposta à experiência”, explica Eden.

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Referência:

Traduzido do site MedicalXpress

Imagem: Phillip Martin do site: a2z.phillipmartin.info/index.htm

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Dislexia – Documentário

Autoria do texto: Lilian Kotujansky Forte

www.fonologica.com.br/quem_somos.html

O canal HBO passou recentemente um documentário entitulado “Journey into Dyslexia“, que trata de uma maneira sensível e informativa a realidade sobre a dislexia.

O documentário apresenta depoimentos de crianças e adultos disléxicos que contam as suas histórias de lutas e frustrações, mas também de criatividade e sucessos.

Profissionais especialistas em dislexia também são entrevistados, lançando luz às questões levantadas sobre esta dificuldade de aprendizagem.

É possível assistir o documentário, dividido em 6 partes, no You Tube (em inglês):

Parte 2

Parte 3

Parte 4

Parte 5

Parte 6

Encontre mais informações sobre Dislexia AQUI!

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