Categoria: Linguagem (Página 3 de 3)

Transtornos da Linguagem Oral

Autoria do texto: Lilian Kotujansky Forte

www.fonologica.com.br/quem_somos.html

Transtornos da Linguagem Oral

A linguagem é um sistema simbólico através do qual organizamos o mundo, expressamos nossos pensamentos e participamos da vida em sociedade.

O desenvolvimento da linguagem e da fala depende de diversos fatores: orgânicos, cognitivos, emocionais e ambientais.

Os transtornos no desenvolvimento da linguagem e da fala são atrasos ou desvios do padrão usual de aquisição e representam uma das alterações mais comuns observadas em crianças (estima-se que afetem de 5 a 10% desta população).

O atraso na aquisição da linguagem pode interferir de maneira significativa na vida da criança, limitando seu desenvolvimento social e escolar. A identificação precoce e a intervenção adequada são o caminho mais efetivo para desenvolver a linguagem e minimizar o impacto das alterações apresentadas.

Retardo de Linguagem:

No Retardo de Linguagem a capacidade de a criança utilizar a linguagem oral para se comunicar está prejudicada e se encontra em um nível inferior ao esperado para a sua idade.

Algumas características observadas:

  • Aparição tardia das primeiras palavras (após os 18 meses);
  • Emprego de 2 palavras juntas (após os 2 anos);
  • Uso de frases muito simples;
  • Vocabulário reduzido;
  • Uso de gestos e de expressão facial para compensar as dificuldades de se expressar verbalmente;
  • Dificuldade na produção dos sons da fala (fonemas);
  • Compreensão verbal melhor que a expressão verbal.

O Retardo de Linguagem pode ser leve, moderado ou severo, dependendo do grau de comprometimento da linguagem oral.

Níveis da Linguagem Oral que podem estar alterados:

· Fonológico: como os sons são produzidos pelo falante.

Exemplo: omite ou substitui sons.

· Morfossintático: como organiza as palavras e as relaciona nas frases.

Exemplo: estrutura as frases de maneira muito simples, problemas em flexão e concordância verbal e nominal.

· Semântico: como dá o significado às palavras.

Exemplo: vocabulário pobre e restrito.

· Pragmático: como usa a linguagem tendo em conta os interlocutores e o contexto.

Exemplo: pouca iniciativa e escassas formas sociais de iniciar uma conversação.

Diagnóstico e Terapia:

O diagnóstico precoce é muito importante para haja uma intervenção terapêutica sem demora.

O fonoaudiólogo irá acompanhar a criança e sua família, intervindo de maneira eficaz para ampliar a linguagem oral da criança e oferecendo modelos adequados de interação comunicativa entre a criança e a sua família.

Prognóstico:

Quando recebem pronto acompanhamento fonoaudiológico e apoio familiar e escolar, as crianças com Retardo de Linguagem costumam ter um bom prognóstico e apresentam uma evolução significativa de seu quadro.

Distúrbios na linguagem falada transferido para a escrita:

Vale ressaltar que estudos recentes mostram que as habilidades verbais influenciam no desenvolvimento da alfabetização. Segundo M. Snowling (2004), a linguagem escrita é claramente dependente das habilidades da linguagem falada – “Crianças com dificuldades de fala e de linguagem têm um embasamento defeituoso para basear o desenvolvimento da sua alfabetização”.

As dificuldades na linguagem escrita são parte do contínuo das desordens da linguagem, o que mostra o caráter evolutivo das dificuldades de linguagem. Neste sentido, as dificuldades na linguagem escrita podem ser uma extensão do déficit na linguagem falada.

Atenção: Os documentos eletrônicos aqui publicados são propriedade intelectual de Lilian Kotujansky Forte e de Cecília Schapiro Bursztyn ou de outros contribuintes individuais para o site. Você pode se referir às informações e citações dos artigos deste site, desde que inclua as referências e o link que permitam ao leitor de seu artigo localizar a obra original aqui.

imagem: http://etc.usf.edu/clipart/

Categoria: Linguagem (Página 3 de 3)

Vocabulário

Autoria do texto: Lilian Kotujansky Forte

www.fonologica.com.br/quem_somos.html


A importância do vocabulário

A importância do vocabulário é reconhecida por diversos estudiosos da linguagem. Para Stahl “expandir o vocabulário da criança é ensiná-la a pensar sobre o mundo”. Possuir um bom vocabulário nos ajuda a compreender melhor os outros, a sermos mais bem compreendidos e a melhor usufruirmos da riqueza de nossa língua.

Conhecer bem uma palavra envolve o aprofundamento de seu significado, a flexibilidade de seu uso, a habilidade em reconhecer sinônimos, em defini-la e em usá-la de maneira expressiva.

No ambiente escolar o conhecimento das palavras e a habilidade de usar a linguagem são essenciais:

· O conhecimento do vocabulário na Educação Infantil e no início da Educação Fundamental são importantes previsores da compreensão da leitura nos anos posteriores do Ensino Fundamental e Médio.

· A dificuldade com vocabulário tem grande influência na leitura de um texto.

· O vocabulário que usamos influencia significativamente no julgamento que os outros fazem a respeito de nossa competência.

· O ensino de vocabulário pode melhorar nossa compreensão na leitura.

· A falta de vocabulário pode ser um fator subjacente ao fracasso escolar de muitos estudantes.

Tipos de vocabulário

Cada um de nós possui quatro vocabulários:

· Palavras que entendemos quando as ouvimos

· Palavras que conseguimos ler

· Palavras que usamos em nossa fala

· Palavras que usamos em nossa escrita

Os quatro vocabulários se sobrepõem mas não são o mesmo, e a relação entre eles muda com o tempo.

O ensino do vocabulário

No ambiente educacional o ensino do vocabulário é importante para todos os estudantes – aqueles que apresentam um vocabulário restrito e que têm urgência em aprender novas palavras para progredirem nos estudos; os que possuem um conhecimento médio de palavras e que precisam ampliar seu vocabulário para se tornarem mais produtivos e bem sucedidos; e aqueles com um grande vocabulário que podem se tornar mais competentes a fim de alcançarem um nível ainda maior de sucesso acadêmico.

Modalidades no aprendizado de vocabulário

· Aprendizado de vocabulário oral básico

· Aprendizado de leitura de palavras conhecidas

· Aprendizado de novas palavras para conceitos conhecidos

· Aprendizado de novas palavras para novos conceitos

· Aprendizado de novos significados para palavras conhecidas

· Enriquecimento de significados para palavras conhecidas

· Emprego das palavras do vocabulário receptivo (ouvidas ou lidas) para o vocabulário expressivo (faladas ou escritas)

Vocabulário e Terapia Fonoaudiológica

A deficiência no conhecimento e no uso do vocabulário pode trazer grandes limitações sociais ao indivíduo.

É necessária uma intervenção mais específica quando a criança, o adolescente ou o adulto apresentam uma pobreza vocabular que compromete sua comunicação (oral e/ou escrita) e que não foi superada com a estimulação nos ambientes familiar e educacional.

O Fonoaudiólogo, por sua formação em Linguagem, é o profissional qualificado para avaliar e tratar o indivíduo que apresenta estas dificuldades -tanto no nível oral quanto escrito.

Atenção: Os documentos eletrônicos aqui publicados são propriedade intelectual de Lilian Kotujansky Forte e de Cecília Schapiro Bursztyn ou de outros contribuintes individuais para o site. Você pode se referir às informações e citações dos artigos deste site, desde que inclua as referências e o link que permitam ao leitor de seu artigo localizar a obra original aqui.

imagem: http://etc.usf.edu/clipart/

Salvar

Categoria: Linguagem (Página 3 de 3)

Atividades para estimular a fala e a linguagem

Autoria do texto: Lilian Kotujansky Forte

www.fonologica.com.br/quem_somos.html

Bem antes de começarem a falar, os bebês já usam o olhar, a expressão facial e os gestos para se comunicarem.

Para que a comunicação evolua e a criança passe a fazer uso da linguagem oral, o ambiente em que ela vive deve ser rico em estímulos de todas as naturezas, particularmente a sonora. Neste sentido, os pais têm um papel fundamental na promoção deste desenvolvimento, ao poderem proporcionar as mais diversas experiências de comunicação a seus filhos.

Entre estas experiências, conversar com a criança constantemente é um dos aspectos mais importantes para que ela desenvolva de forma adequada a fala e a linguagem.

Seguem, abaixo, algumas sugestões de como estimular a fala e a linguagem da criança:

Entre 0 e 1 ano:Responda aos balbucios e vocalizações da criança; fale com ela sempre; leia livros com figuras todos os dias; diga rimas e cante músicas; fale o nome dos objetos do dia-a-dia e das pessoas conhecidas; leve-a a novos lugares e novas situações; brinque de jogos simples como “cadê-achou”.

Entre 1 e 2 anos:Encoraje os esforços da criança em falar novas palavras; fale com ela sobre tudo o que você está fazen­do quando está perto dela; fale de uma maneira simples e cla­ra; fale sobre novas situações e acontecimentos; olhe para a criança quando ela fala com você; descreva o que ela faz, sente e ouve; estimule a criança a ouvir discos de música infantil; elogie seus esforços.

Entre 2 e 3 anos:Repita novas palavras diversas vezes; aju­de a criança a ouvir e a seguir ordens através de jogos: “Pegue a bola”, “Cadê o nariz da boneca?”; leve a criança a passeios e fale com ela sobre o que vocês viram; deixe-a responder per­guntas simples; leia livros todos os dias, como uma parte da rotina; ouça a criança com atenção quando ela conversa com você; descreva o que você está fazendo, planejando e pensan­do; faça a criança levar mensagens simples (ex: Vá chamar o seu amigo.); estabeleça um diálogo; faça perguntas para que a criança possa pensar e falar; demonstre à criança que você en­tende o que ela fala através de respostas, sorrisos e assentimen­tos com a cabeça; enriqueça o que ela fala, expandindo suas verbalizações. Se ela diz, “mais suco”, diga, “Você quer mais suco de laranja?”.

Entre 3 e 4 anos:Fale sobre as semelhanças e as diferenças entre os objetos; ajude a criança a contar histórias usando li­vros e figuras; estimule a criança a brincar com os colegas; leia histórias mais longas para ela; preste atenção à criança quando ela está conversando; converse com ela sobre os lugares que esteve ou que irá.

Entre 4 e 6 anos:Quando a criança iniciar uma conversação, preste atenção ao que diz; certifique-se que tem a atenção dela antes de falar; conforme a criança aprende novas palavras, a pronúncia pode não estar correta – encorage-a e elogie suas ten­tativas; dê uma pausa depois de falar – isto dá uma chance à criança de continuar a conversação; continue a expandir seu vocabulário introduzindo novas palavras e dando sua definição, ou usando-as em um contexto em que sejam facilmente com­preendidas; converse sobre relações espaciais e oposições; dê descrições ou dicas para que a criança identifique o que você está descrevendo; estimule a habilidade de categorizar os obje­tos, agrupando aqueles que possuem alguma similaridade (ex. alimentos, animais); fale sempre com a criança sobre os seus interesses.

“Se houver alguma suspeita de que seu filho não está evoluindo da maneira esperada em sua comunicação, procure um fonoaudiólogo que possa avaliar a criança e oferecer uma orientação mais adequada ao seu caso.”

Atenção: Os documentos eletrônicos aqui publicados são propriedade intelectual de Lilian Kotujansky Forte e de Cecília Schapiro Bursztyn ou de outros contribuintes individuais para o site. Você pode se referir às informações e citações dos artigos deste site, desde que inclua as referências e o link que permitam ao leitor de seu artigo localizar a obra original aqui.

Categoria: Linguagem (Página 3 de 3)

O que esperar para cada idade

Autoria do texto: Lilian Kotujansky Forte
www.fonologica.com.br/quem_somos.html
Até 1 ano:
Nos primeiros 6 meses o bebê emite vocalizações e sons guturais.
Dos 6 aos 8 meses o bebê apresenta balbucio repetitivo e a imitação da entonação.
Em torno dos 12 meses iniciam-se as primeiras verbalizações com significado.
Com 1 ano:
A criança conhece seu nome; Diz 2 a 3 palavras além de “mama” e “papa”; Imita palavras familiares; Compreende ordens simples; Reconhece as palavras como símbolos para objetos.
Entre 1 e 2 anos:
Aos 18 meses a criança pode apresentar um vocabulário com 50 palavras. Entre 18 e 24 meses seu vocabulário se amplia e se aproxima de 200 palavras.
Compreende a palavra “não”; Combina duas palavras; Reproduz o som de animais conhecidos; Aponta figuras de um livro quando nomeadas; Segue comandos simples.
Entre 2 e 3 anos:
Usa sentenças curtas, de 3 a 4 vocábulos; nomeia figuras e objetos comuns; Identifica partes do corpo; Apresenta um vocabulário de 450 palavras; Combina nomes e verbos; Conversa com outras crianças assim como com adultos; Aprecia ouvir a mesma história várias vezes.
Entre 3 e 4 anos:
Nessa fase a criança possui um vocabulário de aproximadamente 1.000 palavras; já compreende ordens mais longas, conversas, histórias e músicas; sua fala é mais fácil de ser compreendida por pessoas de fora de sua convivência; se comunica por sentenças simples de 4 a 5 palavras; relata experiências pessoais, ainda sem muitos detalhes.
Entre 4 e 5 anos:
Seu vocabulário aumenta para 1.500 palavras; compreende questões mais complexas; consegue usar o tempo verbal no passado; é capaz de definir algumas palavras; sabe listar ítens que pertençam a mesma categoria, tais como animais, carros etc; explica como realizar algumas atividades, tais como pintar.
Entre 5 e 6 anos:
A criança nessa idade apresenta as habilidades de linguagem bem desenvolvidas; aprende palavras mais especializadas de seu centro de interesse; expande sua habilidade em compreender fenômenos explicados verbalmente; pronuncia todos os sons da língua com clareza; elabora sentenças mais complexas e gramaticalmente corretas; apresenta um bom vocabulário que está em contínuo crescimento; é capaz de iniciar conversação e sabe esperar sua vez de falar quando em grupo.

Obs.: Apesar de serem esperados determinados níveis de linguagem para cada faixa etária, deve-se considerar algumas variações individuais.

Atenção: Os documentos eletrônicos aqui publicados são propriedade intelectual de Lilian Kotujansky Forte e de Cecília Schapiro Bursztyn ou de outros contribuintes individuais para o site. Você pode se referir às informações e citações dos artigos deste site, desde que inclua as referências e o link que permitam ao leitor de seu artigo localizar a obra original aqui.

Categoria: Linguagem (Página 3 de 3)

Como se aprende a falar?

Autoria do texto: Lilian Kotujansky Forte

www.fonologica.com.br/quem_somos.html

Há um complexo caminho entre os movimentos articulatórios para a produção dos sons da fala até os processos cerebrais que os controlam.

Fatores presentes na aquisição e no desenvolvimento da fala e da linguagem:

Capacidades orgânicas e corticais: órgãos fonadores, da audição e o processamento da linguagem no córtex cerebral íntegros.
Capacidades cognitivas: capacidade de simbolizar sobre sua relação com o meio ambiente.
Aspectos psicológicos: a boa saúde emocional favorece o desenvolvimento da linguagem.
Aspectos sócio-culturais: ambiente estimulante e bons exemplos de fala.

A interação desses fatores permite que a criança desenvolva a fala e a linguagem.
Ao ouvir e imitar as pessoas que a cercam, a criança começa a empregar modelos de fala e a perceber as regras implícitas de seu código lingüístico.

Quais são os aspectos linguísticos presentes na Linguagem Oral?

No desenvolvimento da linguagem existem indicadores que nos permitem observar e avaliar os desempenhos linguísticos e não linguísticos que estão presentes nos processos de compreensão (capacidade receptiva) e de produção (capacidade expressiva) da linguagem oral. Segue abaixo a relação destes indicadores:

· Aspectos supra-segmentais: entonação, ritmo e acentuação;

· Pragmático: adequação do discurso ao interlocutor e ao contexto, estabelecimento de contato visual, identificação de pistas para tomar a vez no diálogo;

· Fonológico: Receptivo (discriminação dos sons da fala e suas combinações) e Expressivo (emissão dos sons da fala);

· Semântico: Receptivo (compreensão de instruções verbais, identificação de palavras, compreensão de narrativas, diálogos e explicações) e Expressivo (relatar fatos, contar e recontar histórias, descrever figuras e situações);

· Morfossintático: Receptivo (identificação das regras morfossintáticas da língua) e Expressivo (utilização de diferentes tipos de frases estruturalmente corretas).

Atenção: Os documentos eletrônicos aqui publicados são propriedade intelectual de Lilian Kotujansky Forte e de Cecília Schapiro Bursztyn ou de outros contribuintes individuais para o site. Você pode se referir às informações e citações dos artigos deste site, desde que inclua as referências e o link que permitam ao leitor de seu artigo localizar a obra original aqui.

Page 3 of 3