Artigo Científico
Utilizações da tecnologia informática em terapia de linguagem oral e escrita
THE COMPUTER IN THE THERAPY OF ORAL AND WRITING DISABILITIES
Lilian KOTUJANSKY Forte
Unitermos
– Informática – multimídia – aprendizagem
Key Words
– Computer Science – multimedia – learning
Data: maio de 1996
Sinopse
O presente artigo traz uma reflexão sobre a utilização dos recursos da informática na prática fonoaudiológica clínica sob uma perspectiva construtivista. Procura analisar os pressupostos teóricos em que esta opção terapêutica se apóia e suas implicações no trabalho clínico.
Abstract
The present article gives an overview about the use of computing resources in the oral and writing disabilities therapy under a constructivist approach. It analyses the theoretical principles in which this therapeutical option is based and its implications in the clinical process.
Introdução
A convergência de tecnologias emergentes com os novos paradigmas educacionais tem provocado um profundo efeito na maneira como os indivíduos aprendem e pensam. Entre as novas tecnologias, o computador conquistou um importante lugar, por apresentar, reunidos numa só ferramenta, poderosos recursos pedagógicos.
No campo da fonoaudiologia clínica, a informática também pode ser uma grande aliada no processo terapêutico. Em um contexto clínico, visto como um ambiente de aprendizagem, o computador pode assumir um papel de destaque. Ao privilegiar a curiosidade intelectual, a flexibilidade do pensamento e a construção do conhecimento, o computador proporciona condições bastante favoráveis para o paciente aprender.
O conhecimento numa perspectiva histórica
Historicamente, o conhecimento e a educação vêm sendo encarados de diferentes formas pelos diversos períodos da civilização ocidental. Traçando um paralelo sobre a educação e a psicologia desde os sofistas da Grécia clássica até os dias de hoje, Bogus (1995) analisa como a questão da natureza do conhecimento e de como o homem aprende vêm sendo debatidas por milhares de anos.
Na Grécia clássica, os sofistas acreditavam que educar significava, principalmente, preparar o homem para a vida, ao invés de apenas dirigir seus conhecimentos para uma futura ocupação.
Sócrates (470 a 399 A.C.) encarava a atividade que exercia como a de uma parteira, ajudando as pessoas a darem à luz às suas próprias idéias. Por achar que o verdadeiro conhecimento estava dentro de cada um, dialogava com seu interlocutor para que este pudesse externar seus próprios juízos.
Descartes (1596-1650), por sua vez, acreditava que para se construir um novo conhecimento, era necessária a aplicação de uma metodologia de investigação científica, decompondo um problema em diversas partes isoladas. Assim como Platão, Descartes acreditava que as idéias eram inatas e não adquiridas com a experiência. Para sua época, Descartes teve um importante papel, pois com seu racionalismo, iluminou o pensamento vigente.
O método científico elaborado por Descartes, ou racionalismo cartesiano, se manteve até o início de nosso século como a mais rigorosa forma de investigação científica. Nesta época, surge uma nova linha de pensamento lançada pelos behavioristas. Enfatizando a importância da observação e da descrição do comportamento dos organismos em seu ambiente, os behavioristas se opunham às reflexões de caráter subjetivo. Enxergavam o comportamento humano como o produto de interações do tipo estímulo-resposta e acreditavam que este comportamento poderia ser modificável.
Os estudos de Piaget (1896-1980) sobre a natureza do conhecimento e do desenvolvimento cognitivo, trouxeram uma nova luz para a ciência do conhecimento humano. Piaget (1987) não achava que o aprendizado derivasse apenas de estímulos externos. Acreditava numa contínua interação entre o sujeito e o meio, num progressivo equilíbrio entre um mecanismo assimilador e uma acomodação complementar que resultariam numa adaptação. A epistemologia genética, teoria concebida por Piaget, permitiu uma revalorização do sujeito ao percebê-lo como construtor de seu conhecimento através de um contínuo processo adaptativo ao mundo real.
Segundo Bogus, grandes pensadores através da história intuitivamente reconheceram que o aprendizado acontece em um contexto, de forma não linear e holisticamente. Todo conhecimento está conectado e relacionado, não devendo ser aprendido fragmentando-se o ambiente ou o indivíduo da vida real.
Para o próximo século, pesquisadores como Papert, acreditam que o impacto causado pelas tecnologias emergentes libertarão os alunos do enquadramento artificial de hoje. Novas opções de aprendizado serão criadas, ao invés de aprisionar a tecnologia às antigas estruturas. Fontes de informações, como CD-ROMs e Internet, disponibilizarão, a quem quiser aprender, o acesso a qualquer tipo de conhecimento.
Preparar o homem para a vida, novamente o ideal clássico, torna-se o desafio da educação para as sociedades futuras.
Teoria versus Prática
Apesar dos grandes progressos alcançados no campo da epistemologia, a educação institucional ainda se encontra, sob muitos aspectos, mais próxima dos princípios behavioristas e cartesianos que do pensamento construtivista. Em um contexto onde ainda há uma grande ênfase na transmissão de informações, externas ao aprendiz, o conhecimento é visto como um produto acabado que deve ser inserido no indivíduo. Os papéis de educadores e de aprendizes são pré-estabelecidos e estáticos, e o conhecimento transmitido de forma fragmentada a indivíduos também percebidos como fragmentados.
No campo da Fonoaudiologia pode-se correr o mesmo risco, ou seja, valorizar o estímulo externo, visto como uma técnica a ser aprendida, em detrimento da reflexão e apropriação do novo conhecimento pelo paciente. Em uma visão cartesiana da Fonoaudiologia, o conhecimento seria dividido em áreas bem delimitadas, e o paciente visto, neste caso, como um ser também passível de divisão.
O novo paradigma educacional tem se voltado para a integração dos diversos campos do conhecimento, buscando uma visão holística do ser humano. Como salienta Machado ( 1995 ), novas imagens para a representação do conhecimento e da inteligência têm sido propostas. No que se refere à inteligência, a noção de espectro de competências ( ampla diversidade de dimensões e manifestações da inteligência ) e no caso do conhecimento, como uma rede de significações ( feixes de relações que se articulam e se atualizam permanentemente ).
Neste novo contexto educacional, o computador assume um papel relevante. Por ser um elemento integrador, não só incorpora várias mídias simultaneamente, mas, principalmente, promove a interdisciplinaridade em um ambiente criativo, interativo e motivador para o aprendizado.
Aporte teórico
A evolução tecnológica por si só não é libertadora, assim como, a simples presença de um computador no consultório, não oferece garantia de um ambiente propício à aprendizagem.
O computador utilizado como ferramenta de exploração criativa e de resolução de problemas baseia-se em um modelo de aprendizagem que se apóia nos pressupostos da epistemologia genética.
Para Piaget (1978), o conhecimento não é um estado e, sim, um processo. As etapas do desenvolvimento cognitivo apresentam um caráter integrativo, onde as estruturas construídas num certo nível são integradas às estruturas do nível seguinte. Piaget (1974) afirma: “A inteligência não principia, pois, pelo conhecimento do eu nem pelo das coisas como tais, mas pelo da sua interação; e é orientando-se simultaneamente para os dois pólos dessa interação que a inteligência organiza o mundo, organizando-se a si própria”.
Nesta perspectiva, até mesmo crianças pequenas já apresentam hipóteses um tanto sofisticadas a respeito do mundo que as cerca. Baseadas em experiências prévias, desenvolvem um complexo processo de pensamento que aplicam na resolução de problemas.
Se a criança é, portanto, um ser ativo que constrói o seu conhecimento, torna-se fundamental trazer estas mesmas considerações para o campo da fonoaudiologia. O paciente, visto como sujeito de sua própria aprendizagem, é um ser autônomo, com vontade própria e que toma decisões.
Neste cenário, o computador pode ser visto como um instrumento que possibilita ao paciente realizar situações de aprendizagem que reproduzem o processo de aprendizagem natural, criando um ambiente de livre exploração, sem regras rígidas. Auxilia, ainda, na construção de habilidades básicas e no desenvolvimento de estratégias para a resolução de problemas. Oferece novos caminhos de se trabalhar com conceitos abstratos e desenvolve novas formas de se lidar com a informação.
Contexto Clínico
O terapeuta como mediador –
O fonoaudiólogo que acredita no seu paciente e na sua capacidade de aprender, estabelece a priori condições favoráveis para uma reabilitação.
Em um ambiente positivo, aberto e acessível, essencial ao desenvolvimento e à prática terapêutica, o computador é um elemento a mais para promover a aprendizagem. A implantação tecnológica não tira o fonoaudiólogo de cena, e sim oferece novas perspectivas para se desenvolver um trabalho clínico.
Em uma aprendizagem mediada, o fonoaudiólogo é a peça-chave de uma intervenção terapêutica bem sucedida. O terapeuta, como mediador, interpõe-se entre a criança e os estímulos externos, potencializando o aprendizado. O processo de mediação leva a uma modificação, possibilitando ao sujeito estabelecer novos significados e ampliar seu mundo de relações.
Como refere Belmonte (1995), no modelo de mediação proposto por Feuerstein, “ A mediação potencializa as capacidades do sujeito, desperta sua competência, regula a conduta, controla a impulsividade, ensina estratégias, busca significados, transforma os estímulos, provoca a análise metacognitiva de todo o processo de aprendizagem para criar a plena autonomia do sujeito.”
O computador como ferramenta –
O computador, ao processar informações e tratá-las como linguagem, pode ser visto como um “recipiente” representacional. Considerando que o pensamento é baseado em representações (imagéticas e/ou verbais), a abordagem das novas mídias amplia o repertório simbólico do paciente e proporciona um amplo conjunto de estratégias educacionais.
O computador oferece muitos recursos como ferramenta de aprendizagem e pode assumir diferentes papéis em terapia. Pelas características inerentes à sua natureza, o computador é um elemento isento de emoções e julgamentos, encorajando, portanto, a iniciativa e a livre exploração dos softwares trabalhados. Possibilita, ainda, que o paciente assuma maior responsabilidade como aprendiz e trabalhe de forma mais independente e colaborativa.
Outra característica importante, é a integração das diversas mídias ( escrita, oral, visual e auditiva ) em uma poderosa mídia, chamada de Comunicação Multimídia. Estudos mostram que o aprendizado é fortalecido quando uma variedade de mídias é utilizada simultaneamente. Cada mídia enfatiza um tipo particular de informação que, quando combinadas, suportam umas às outras, facilitando a comunicação e tornando-a mais rica.
Softwares Educacionais
Cada tipo de software pode ter o seu lugar numa sessão terapêutica. A seleção é determinada pelo estilo de aprendizado e personalidade do paciente, a qualidade do software e sua possibilidade de enfocar os conteúdos que se quer desenvolver em terapia.
Encontram-se abaixo alguns exemplos de programas que podem ser utilizados em terapia de linguagem oral e escrita. É valido observar que a relação de softwares educacionais empregados com fins terapêuticos é bastante ampla e rica, não se esgotando com os exemplos citados neste artigo.
Softwares de edição de som – Utilizados com o auxílio de microfone acoplado ao computador, possibilitam ao paciente “tratar” sua fala conforme suas necessidades. A possibilidade do paciente receber um feed-back auditivo e visual de suas verbalizações, auxilia na percepção e na conscientização dos padrões corretos de fala. De uma maneira geral, os programas para edição de som apresentam recursos, tais como: visualização do espectro sonoro, modulação de freqüência e intensidade, inserção de efeitos sonoros ( eco, aumento ou diminuição gradual da intensidade etc. ), delimitação de uma dada “área sonora” e elaboração de um arquivo sonoro e visual.
O paciente, ao lidar com um programa desta natureza, consegue desenvolver uma autonomia durante todo o processo ( gravação, visualização e audibilização, edição de som e arquivamento de som ). Pode, ainda, cotejar suas verbalizações com as do terapeuta, analisando os traços de similaridades e de contrastes entre os dois emissores. O editor de som é um recurso interessante em terapia por promover na criança as habilidades de observação, análise e reflexão, ao colocar suas verbalizações em uma dimensão e perspectiva diferentes da habitual.
Histórias infantis multimídia – Podem ser utilizadas em um trabalho voltado à questão da automatização de fonemas e do desenvolvimento da linguagem oral. São programas do tipo multimídia ( imagens que se movimentam, sons e textos ), onde a criança interage com os personagens e elementos integrantes da história através do mouse. As histórias multimídia são um recurso altamente motivador por serem dinâmicas, interativas ( o paciente provoca, com sua interferência, uma “mudança” nos elementos da história ) e de fácil domínio por crianças pequenas. A existência de um estímulo externo atraente que possa eliciar um relato, uma descrição ou uma argumentação em um contexto mais natural, também são fatores que devem ser considerados.
Mais recentemente, surgiu uma nova modalidade de histórias multimídia com ativação por voz, onde a criança, ao invés de manipular o mouse, interage com o software através de sua fala. Os programas com ativação por voz oferecem um recurso a mais para o trabalho com crianças pequenas ou crianças com dificuldades de coordenação motora que não consigam manipular o mouse.
Pode-se, ainda, utilizar as histórias multimídia para se desenvolver um trabalho escrito com pacientes mais jovens. A cada cenário explorado, a criança faz um breve relato escrito e, ao concluir a história, terá conseguido elaborar uma narrativa completa.
Processadores de textos – Geralmente, pacientes com dificuldades em leitura e escrita, apresentam um vínculo negativo com tudo que se relacione a estes processos. Além do papel e do lápis, ferramentas do dia-a-dia de toda criança, o terapeuta atualmente pode contar com o auxílio do computador, um instrumento de trabalho seguramente muito mais interessante.
Os processadores de textos, principalmente os idealizados para crianças e adolescentes, oferecem uma ampla gama de estratégias terapêuticas, por apresentarem inúmeros recursos para o tratamento do material escrito. Com este tipo de programa, o paciente pode criar faixas, cartões, jornais, histórias, poesias e tudo mais que sua imaginação e criatividade permitirem. Os recursos gráficos possibilitam a inserção de imagens e molduras, a opção por tipos, tamanhos e cores de letras, a utilização de sons e de alguns efeitos especiais em palavras selecionadas do texto. Alguns processadores de textos possuem, ainda, um banco de imagens e de idéias escritas, favorecendo a eliciação de histórias.
Ao oferecer à criança ferramentas tecnológicas que a possibilitem criar apresentações “profissionais” ( passando pelas várias etapas de produção: esboço, edição, revisão e impressão ), o terapeuta cria condições de que o produto final resultante esteja à altura da expectativa do paciente, proporcionando, assim, uma grande satisfação pessoal e o resgate de sua auto-estima.
Softwares que trabalham com ortografia – Estes programas oferecem uma abordagem diferenciada para a assimilação das particularidades da língua escrita. Em geral, apresentam um acabamento gráfico atraente e um enfoque competitivo que, através de diversas atividades, envolvem a criança no trabalho ortográfico.
Por apresentarem uma natureza diferente dos processadores de texto ( que são softwares “abertos”, com inúmeras possibilidades de exploração ), os programas que trabalham com ortografia necessitam de uma mediação enriquecedora por parte do terapeuta para que o paciente não fique limitado a um simples treino mecânico.
Como estes softwares permitem a edição de listas de palavras criadas pelo usuário, uma estratégia interessante a ser colocada em prática, é a elaboração pelo próprio paciente de uma lista que contenha as dificuldades ortográficas que se quer trabalhar. Nesta situação, a criança “reconstrói” o programa, passando pelos mais diferentes processos: pensar e classificar palavras que se enquadrem em determinada dificuldade ortográfica, digitá-las num banco de palavras, buscar definições para as palavras selecionadas e elaborar orações onde estas palavras possam se encaixar.
Outra estratégia que também pode enriquecer a atividade, é a associação deste tipo de programa com um processador de texto, a fim de que as palavras trabalhadas assumam uma dimensão maior e mais significativa: sua inserção em um texto.
Redes de Comunicação
Ao se escrever sobre novas tecnologias, não se pode de forma alguma deixar de citar o papel que as redes de comunicação vêm assumindo ultimamente. Por rede de computadores ( network ), entende-se a possibilidade de mais de um usuário compartilhar informações de um sistema. Entre as redes de comunicação existentes destaca-se a Internet, uma rede gigante que conecta computadores do mundo inteiro. A Internet oferece possibilidades muito atraentes para o desenvolvimento de projetos educacionais e mesmo terapêuticos através de aplicativos, tais como: o WWW ( World Wide Web ), o Correio Eletrônico ( E-mail ) e o Webchat ou IRC ( Internet Relay Chat ).
World Wide Web – Com recursos de hipertexto e de hipermídia, oferece um ambiente cativante de exploração. Conforme explica Bartasis (1995), o WWW permite ao aprendiz a construção do conhecimento de uma forma significativa, através da associação ( links ) de “pedaços” de informações ( nodes ) que podem ser arranjados e rearranjados de acordo com suas necessidades e interesses. A estrutura de hipertexto não é seqüencial, e sim organizada em um sistema onde as informações estão conectadas e podem ser apresentadas juntas. Em terapia de leitura e escrita, o ambiente do WWW oferece perspectivas de projetos estimulantes e inovadores. O paciente trabalha em um contexto de descoberta onde a leitura acontece de forma natural e lúdica. A possibilidade de “navegar” livremente e de forma não linear pelas informações, propicia ao paciente uma perspectiva totalmente nova para a leitura e a pesquisa.
Correio eletrônico – É o meio de comunicação pessoal da Internet. Através dele, pode-se mandar e receber mensagens de qualquer lugar do mundo. Em terapia, a possibilidade de existir um destinatário que recebe a mensagem, a lê e a responde, resgata a escrita como verdadeiro instrumento de comunicação. A preocupação com o conteúdo da mensagem e com a ortografia surgem no paciente espontaneamente. Há uma genuína necessidade de se fazer entender para um receptor que realmente existe. A expectativa e o estímulo de estabelecer contato com outras pessoas faz do correio eletrônico um instrumento muito útil no trabalho com leitura e escrita.
Webchat ou IRC – É um serviço oferecido pela Internet onde a comunicação, através da escrita, se dá em tempo real entre os usuários. Em terapia de leitura e escrita, pode-se utilizar o webchat para que o paciente se comunique com outras pessoas que se encontrem também conectadas. A comunicação, ao acontecer em tempo real, motiva o paciente a querer participar desta troca de informações, reforçando o desejo de interagir através da escrita e da leitura. Neste contexto, onde as trocas de mensagens acontecem rapidamente, torna-se mais difícil o cuidado com a questão ortográfica, que exige uma maior reflexão por parte do sujeito. No entanto, o serviço de webchat é válido como estímulo à comunicação escrita, já que consegue cativar a criança a querer participar da “conversação” que se desenrola naquele momento.
Considerações finais
A informática, utilizada em terapia fonoaudiológica, mostra-se um recurso viável, criativo e enriquecedor.
Além de oferecer uma nova gama de estratégias para o fonoaudiólogo, a informática também propicia diferentes possibilidades para um trabalho clínico, ao situar o terapeuta como mediador deste processo.
Para o paciente, a informática contribui de forma significativa ao proporcionar uma nova perspectiva para que a aprendizagem aconteça. Os recursos multimídia, com as várias modalidades de informações que o computador incorpora, ampliam o repertório simbólico do paciente, auxiliando a prática e o aprimoramento das linguagens oral e escrita. Estimula, ainda, a autonomia da criança, ao colocá-la como sujeito ativo dentro do processo terapêutico. Desperta no paciente a vontade da descoberta em um ambiente que favorece a livre exploração.
Se o novo paradigma educacional resgata o aprendiz como construtor de sua própria aprendizagem, e a utilização de novas tecnologias resgata uma postura ativa do sujeito frente ao conhecimento, pode-se concluir que estas mesmas tendências acontecerão de maneira cada vez mais sistemática no campo terapêutico, onde se enquadra a prática fonoaudiológica.
Referências Bibliográficas:
. Belmonte, L.T. Vocabulário básico sobre programas cognitivos. Artigo integrante da coletânea de textos de apoio do curso promovido por Seminários de Psicopedagogia em São Paulo, “Programa de enriquecimento instrumental e Modificabilidade cognitiva” p.144-164, jan. 1997.
. Kotujansky Forte, L. O computador na prática fonoaudiológica. Apostila integrante do curso “Aplicações da informática em terapia de linguagem oral e de linguagem escrita”. São Paulo. 1996.
. Machado, N.J. Epistemologia e didática: as concepções de conhecimento e inteligência e a prática docente. São Paulo: Cortez Editora, 1996.
. Oliveira, V. B. (org). Informática em psicopedagogia. São Paulo: Editora SENAC, 1996.
. Piaget, J. A construção do real na criança. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1974.
. Piaget, J. Psicologia e Epistemologia – por uma teoria do conhecimento. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 1978.
. Piaget, J. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1987.
Referências na Internet:
. Bartasis, J. Theory and Technology: Design Consideration for Hypermedia/Discovery Learning Environments. June 13, 1995. URL http://129.7.160.115/INST5931/Discovery_Learning.html
. Bogus, S. From The Sophists To Chaos Theory. July 10, 1995.
URL http://129.7.160.115/INST5931/parallels.html
. Dickinson, D. Positive Trends In Learning: Meeting the Needs of a Rapidly Changing World.
New Horizons for Learning, 1994. URL http://www.newhorizons.org/positivetrends.html
Atenção: Os documentos eletrônicos aqui publicados são propriedade intelectual de Lilian Kotujansky Forte e de Cecília Schapiro Bursztyn ou de outros contribuintes individuais para o site. Você pode se referir às informações e citações dos artigos deste site, desde que inclua as referências e o link que permitam ao leitor de seu artigo localizar a obra original aqui.
Deixe uma resposta